
A água de degelo fique presa formando lagos.
Estas águas podem retabalhar os sedimentos e redepositá-los à grandes distâncias.
O grande volume de água de degelo no término da geleira retrabalha o sedimento previamente depositado na moraina frontal e o redeposita em uma planície aluvionar. Estes sedimentos possuem características de sedimentos depositados tipicamente pelos rios.
Uma geleira pode ser entendido como um sistema aberto de gelo que flui. A água entra no sistema como neve que é transformada em gelo. O gelo flui através do sistema sob a ação da pressão exercida pelo seu próprio peso deixando o sistema pôr evaporação e degelo. O balanço entre a taxa de acumulação e a taxa de derretimento determina o tamanho do sistema glacial.
O gelo é uma substância quebradiça que quando submetido a pressão se fratura ou quebra. Todavia, quando em grandes massas, o gelo se comporta como um líquido viscoso e flui sob a ação da gravidade.
A geleira pode ser definida como um sistema de gelo fluindo que se origina em regiões continentais como resultado da compactação e recristalização da neve.
A condição básica para se originar uma geleira é a seguinte: taxa de precipitação de neve maior do que a taxa de degelo e evaporação.
As geleira possuem muito em comum com outros sistemas de fluxo pôr gravidade tais como os rios e a água de sub solo.
A água entra no sistema nas partes superiores da geleira, onde a neve se acumula e é transformada em gelo. O gelo então flui para fora da zona de acumulação mediante um movimento lento. Já nas terminações da geleira, o gelo deixa o sistema pelo derretimento e evaporação.
Existem dois tipos principais de geleiras:
a) Geleiras de vale
b) Geleiras continentais.
a) Geleira de vale ou alpina - ocorre na maioria das cadeias de montanhas e é relativamente passível de observações diretas. Elas podem ser entendidas como longos rios de gelo que se originam das partes superiores das montanhas e flui para baixo pôr vales preexistentes. As dimensões são variáveis. Em muitas formas podem ser parecidas com um rio. A ága entra no sistema pelas partes superiores (nascentes das geleiras) situadas a grandes altitudes. Estas geleiras também possuem um sistema de tributários que alimentam um tronco principal. A direção do fluxo é controlada pelo vale que a geleira ocupa, e conforme o gelo se move, ele erode e modifica a topografia local.
Existem duas partes principais desse sistema: i) zona de acumulação (onde o gelo entra no sistema);II.) zona de abrasão (onde o gelo deixa o sistema pôr evaporação ou fusão).
Na zona de acumulação a neve é transformada em gelo glacial pôr um processo semelhante ao que ocorre para a formação de rochas metamórficas. Os cristais de neve recém precipitados constituem delicados cristais hexagonais onde cerca de 90% do total de volume é ocupado pôr espaço vazio. Conforme a neve se acumula, o gelo nos vértices dos flocos de neve se derretem devido a pressão exercida pelo peso da neve sobreposta e migra para o centro do cristal, dando origem a um grânulo sub-elíptico de gelo recristalizado (firn ou névé). Com o acúmulo de neve contínuo os grânulos de firn são comprimidos ainda mais. A água de fusão, resultante da flutuação diária da temperatura e pressão da coluna de neve, migra para os poros existentes entre os grânulos. Quando esta água congela, é adicionada ao processo de recristalização. O ar que pôr ventura ainda existir nos poros é então expulso.
Quando o gelo alcança uma espessura de 30 a 40 metros ele não consegue mais suportar seu peso e então ocorre o fluxo plástico. Assim, o gelo das partes superiores da geleira possuem um comportamento rígido e a tendência é o fraturamento, todavia o gelo geleira abaixo se comporta de forma plástica e se movimenta em um fluxo contínuo.
É chamada de snow-line (ou linha de névé) é o limite entre a zona de acumulação e a zona de abrasão. Acima dessa linha, a superfície da geleira é suave e branca devido a predominância do acúmulo sobre o gelo. As irregularidades são rapidamente preenchidas pela neve.
Abaixo da snow-line, o degelo e a evaporação predominam. A superfície é enrugada ocorrendo fendas e ondulações (crevasses).
Se mais gelo é incorporado ao sistema, superando e muito a taxa de degelo e evaporação, a massa de gelo aumenta e o sistema glacial expande. Se a acumulação é menor do que a ablação, haverá uma diminuição da massa e o tamanho do sistema glacial diminui. Se a acumulação e a ablação encontram-se em equilíbrio, o tamanho da geleira permanece constante e a terminação da geleira é estacionária.
Todavia, o gelo dentro da geleira continuamente flui para a terminação da geleira, não importando se a terminação está avançando, recuando ou estacionária.
O comportamento de um sistema glacial é determinado pelo balanço entre a taxa de entrada e a taxa de saída do gelo. As duas variáveis principais neste balanço são a temperatura e a precipitação.
Uma geleira pode crescer ou encolher mantendo a taxa de precipitação constante mas variando amplamente a temperatura. A espessura da geleira não representa s quantidade de gelo que move através do sistema. O movimento do gelo vai sempre do topo das montanhas para as partes mais baixas.
Geleiras continentais - Em termos de efeitos na topografia e no sistema hidrológico da Terra, as geleiras continentais são as mais importantes. Os elementos básicos de uma geleira continental são os mesmos que os de uma geleira de vale. Existe uma zona de acumulação geralmente situada na porção central da geleira onde o gelo se forma a partir de cristais de neve. O gelo também flui a partir da zona de acumulação para uma zona de ablação, onde deixa o sistema pôr evaporação e fusão. As geleiras continentais possuem forma circular ou elíptica, raramente com espessuras superiores a 3000 metros (o gelo não suporta o seu próprio peso acima de 3000 metros; se mais gelo for adicionado ao sistema, a geleira simplesmente flui com maior velocidade).
O peso dessa massa de gelo causa uma subsidência da crosta terrestre. A subsidência cria depressões ao redor da margem da geleira as quais serão preenchidas pôr água de degelo originado um grande número de lagos. Se a geleira se situar próximo a costa, poderá ocorrer a ingressão de um braço de mar. As drenagens preexistentes são completamente modificadas.
Erosão, transporte e deposição por geleira
- Erosão
A erosão pelas geleiras se dá pôr duas formas principais: II.) abrasão e i) arrastamento glacial
Conforme uma geleira vai fluindo sobre a Terra, ela erode transporta e deposita uma grande quantidade de material, modificando consideravelmente a topografia pré-existente. As geleiras erodem pôr abrasão e pelo arrasto glacial (glacial plucking). O material erodido é carregado em suspensão no gelo e é depositado perto das margens da geleira, quando degelo predomina.
i) glacial plucking - é o transporte e remoção de fragmentos de rocha pôr uma geleira. É uma das formas mais eficazes de erosão praticado pelas geleiras. Abaixo da geleira, a água de degelo se infiltra em juntas e fraturas. Quando a água se congela novamente e seu volume aumenta em cerca de 9%, blocos de rochas são desprendidos. Esses blocos são então transportados pela geleira.
II.) abrasão - quando os blocos angulares retirados do substrato e carregados pelo o gelo em movimento eles vão agir como ferramentas que vão arranhar e desgastar as rochas logo abaixo da geleira. O atrito entre os próprios fragmentos líticos incorporados na geleira e entre os blocos e o substrato faz com que os blocos também sejam erodidos sofrendo modificação geométricas e volumétricas. Este processo gera estrias de atrito.
- Transporte glacial
Da mesma forma que em rios, os sedimentos transportados pôr uma geleira são chamados coletivamente de carga. Todavia, as semelhança acabam aqui. A forma com que a geleira transporta sua carga é muito diferente da forma que são transportados os sedimentos dos rios. A carga em uma geleira é transportada em suspensão, e grandes blocos são transportados lado a lado com grãos pequenos, sem ocorrer a separação de material de acordo com o tamanho, como ocorre nos rios. O resultado, os depósitos glaciais não apresentam estratificações e nem seleção de materiais. A carga de uma geleira se concentra próximo ao contato entre o gelo e a rocha. A maioria das partículas carregadas pôr uma geleira não apresentam sinais de intemperismo, possuindo superfícies angulares e estriadas.
- Deposição
Muitas das partículas transportadas pôr uma geleira são depositadas perto da terminação da geleira, onde o degelo predomina. Ai, o gelo torna-se estagnado. As forças ativas na geleira fazem com que o gelo recém chegado à terminação seja jogado para cima do gelo novo. A carga de sedimento acompanha o gelo sendo concentrada na superfície da geleira. Quando o degelo é completado o material é depositado marcando a margem da geleira.
Alguns dos sedimentos depositados pela geleira são retabalhados pelas águas de degelo. Os sedimentos depositados diretamente pela geleira em lagos (ou indiretamente) e em rios, recebem o nome de glacial drift (amontoado glacial). Alguns drifts podem apresentar certa estratificação.
Formas topográficas desenvolvidas pôr geleiras de vale
Erosão e deposição pôr geleiras de vale produzem muitas formas topográficas. As mais importantes são: i) vales em “u”; II.) circos glaciais; iii) vales suspensos; iv) horns; v) morainas (morenas); vi) planices lavadas (depósitos de planície)
O intemperismo causado pelo gelo é o processo principal em regiões glaciais. As geleiras efetivamente dão forma às montanhas, vales etc. Uma geleira de vale comumente enche mais da metade do vale que ocupa, e conforme se dá o movimento, ele vai modificando o vale que tinha um formato em “v” para um vale em “u”, característicos dessas regiões. Nas nascentes das geleiras se desenvolve os chamados circos glaciais. Ainda nestas mesmas regiões, dois ou mais circos próximos ao topo da montanha originam uma forma topográfica piramidal chamada de horn (chifre).
Notar que tributários entram na geleira principal. A parte superior das geleiras encontram-se no mesmo nível. Todavia, como a geleira principal é mais espessa e carrega mais sedimento, ele vai erodir mais, gerando vales mais profundos do que os vales dos tributários. Quando a geleira deixa a área, os fundos dos vales dos tributários serão mais elevados do que o fundo do vale da geleira principal. A esta feição chama-se de vale suspenso.
Parte da carga da geleira consiste de fragmentos de rochas provenientes de afloramentos acima da geleira. Esses fragmentos vão se acumular nas margens da geleira. A ação congelante é especialmente ativa em clima frio onde temos as geleiras de vale e vai produzir uma grande quantidade de fragmentos líticos ângulos. Esse material é transportado na superfície da geleira, formando as chamadas moraines laterais (o acúmulo nas margens se dá devido a velocidade irregular). Quando um tributário glacial entra no vale principal, a moraina lateral do tributário se une com a moraina lateral da geleira principal formando um moraina central. O transporte do material próximo a base da geleira faz com que ela atue como uma grande lixa que leva o sedimento da superfícies do substrato da geleira. Na terminação (parte frontal da geleira) o gelo deixa o sistema pôr evaporação e fusão sendo a carga depositada na chamada moraina frontal ou terminal. Morainas frontais comumente bloqueiam os vales fazendo com que
Formas topográficas desenvolvidas pôr geleiras continentais
As geleiras continentais modificam amplamente a topografia da área que elas cobrem. O fluxo de gelo remove o solo e erode vários metros da Terra. O material é transportado a longas distâncias e depositados perto das margens do gelo, produzindo topografias relacionadas com depósitos tais como morainas drunlis, eskers, ketles, lagos sedimentares e planícies de aluvião. A drenagem previamente existente é completamente obliterada ou destruída, ocorrendo a formação de numerosos lagos depois que o gelo derrete.
Feições desenvolvidas pôr uma geleira continental não são tão espetaculares quanto àquelas desenvolvidas pôr uma geleira de vale. Todavia, sob o ponto de vista regional, uma geleira continental modifica toda a topografia produzindo muitas e importantes feições superficiais.
Estudando as terminações de uma geleira continental, vemos que o detrito transportado se acumula nas margens do gelo como uma moraina central. Abaixo do gelo existe uma camada variável de till chamada de moraina de fundo. Este material, juntamente com o sedimento da planícies aluvionar, podem ser retabalhados pelos subsequentes avanços do gelo produzindo elevações chamadas de drunlis.
A água de degelo pode formar túneis dentro da geleira e carregar razoável quantidade de material o qual é depositado em elevações com forma longa e sinuosa chamadas de eskers.
A água de degelo pode ainda formar canais na planície aluvionar onde irão ocorrer depósitos típicos. Lagos temporários podem se desenvolver onde existir condições necessárias para o aprisionamento da água de degelo. Ocorrem então feições de deltas e outras feições de shore line. Depósitos no fundo desses lagos são tipicamente estratificados ocorrendo camadas escuras intercaladas com camadas claras, chamadas de varve. Estes depósitos podem representar diferentes estações climáticas ou épocas mais quentes e mais frias.
Blocos de gelo provenientes da geleira podem ser preservados na planície ou na moraina, originando pelo degelo, depressões chamadas de kettle.
Glaciações pretéritas
Glaciação pleistocênica - Um dos eventos geológicos mais importantes na história da Terra. Os principais efeitos dessa idade de gelo foram: erosão e deposição glacial em amplas áreas continentais; ajuste isostático da crosta terrestre; mudanças no nível do mar; modificações no sistema de drenagem; criação de numerosos lagos; inundações catastróficas em Washington, stress na maioria das formas de vida. Flutuações climáticas tiveram um impacto catastrófico em muitas formas de vida e numerosas espécies foram extintas.
Essa glaciação atingiu principalmente o hemisfério norte cobrindo grande áreas do Canadá, USA, Europa e Escandinávia sendo conhecidos ainda registros de geleiras na Ásia.
Glaciações pré-plesitocênicas - Paleozóico 200 -300 mA. (glaciação permo-carbonífera). Atingiu principalmente o hemisfério sul (América do Sul, Índia, África do Sul, Austrália e Antártica.
Glaciação pré-cambriana - São conhecidos depósitos glaciais pré-cembrianos, todavia não se sabe a amplitude dessa glaciação.
Causas da Glaciação
Nenhuma teoria, até o momento, exeplica de forma satisfatória as glaciações. A causa da glaciação deve estar relacionada cpm fatores diversos e simultâneos tais como ciclos astronômicos, placas tectônicas e correntes osceânicas.
Os efeitos de uma glaciação são bem conhecidos. Todavia, suas causas não. Para entendermos melhor, temos de term em mente os seguintes fatos:
-durante a última glaciação, o avanço das geleiras foram separados por períodos interglaciais (mais quantes);
- a glaciação é um evento incomum na história da Terra, existindo registros pleitocênicos, paleozóicos e pré-cambrianos de glaciações;
- através da história da Terra, o clima tem sido mais moderado e uniforme do que é agora. Um período de glaciação requer um abaixamento na temperatura em 5°C e, muito provavelmente, um aumento da precipitação;
- geleiras continentais se desenvolvem em elevações ou em regiões polares onde existe ar frio. As geleiras podem existir em latitudes mais baixas mas elas são originadas em grandes altitudes (montanhas);
- a precipitação é crítica para o desenvolvimento de geleiras. Em muitos lugares a temperatura é baixa o suficiente para a produção de geleira mas a precipitação de neve não é sufuciente para o desenvolvimento de sistemas glaciais.
Milanonkovitc, geofísico ioguslavo, calculou mudanças cíclicas na orbita da Terra ao redor do Sol, se aproximando e se afastando do mesmo. Esses ciclos ocorreriam de mais ou menos 100000 anos. Concomitantemente, a inclina;cão do eixo da Terra varia periodicamente entre 22° e 24°. É lógico que essa variação na inclinação provoca variações climáticas. Essas mudanças ocorrem a cada 41000 anos. Para completar, a Terra ainda oscila sobre seu eixo, sendo esta oscilação completada a cada 21000 anos. De acordo com o autor citado acima, a cada 41000 anos, a Terra estaria em um período mais propício para uma idade de gelo.
Essas idéias foram trabalhadas nos anos 20 e 30, mas somente nos anos 70 que elas foram testadas. Em estudos realizados sobre a glaciação pleitocênica mostrou-se que essa teoria é bastante plausível. Entretanto existem alguns problemas: as glaciações da Terra não são periódicas. Assim alguns outros fatores devem estar envolvidos.
Uma explicação mais plausível para que ocorra as condições para a formação de uma geleira está relacioonada com a posição relativa dos continentes em relação aos polos e a circulação dos oceânos e da atmosfera.
Estas águas podem retabalhar os sedimentos e redepositá-los à grandes distâncias.
O grande volume de água de degelo no término da geleira retrabalha o sedimento previamente depositado na moraina frontal e o redeposita em uma planície aluvionar. Estes sedimentos possuem características de sedimentos depositados tipicamente pelos rios.
Uma geleira pode ser entendido como um sistema aberto de gelo que flui. A água entra no sistema como neve que é transformada em gelo. O gelo flui através do sistema sob a ação da pressão exercida pelo seu próprio peso deixando o sistema pôr evaporação e degelo. O balanço entre a taxa de acumulação e a taxa de derretimento determina o tamanho do sistema glacial.
O gelo é uma substância quebradiça que quando submetido a pressão se fratura ou quebra. Todavia, quando em grandes massas, o gelo se comporta como um líquido viscoso e flui sob a ação da gravidade.
A geleira pode ser definida como um sistema de gelo fluindo que se origina em regiões continentais como resultado da compactação e recristalização da neve.
A condição básica para se originar uma geleira é a seguinte: taxa de precipitação de neve maior do que a taxa de degelo e evaporação.
As geleira possuem muito em comum com outros sistemas de fluxo pôr gravidade tais como os rios e a água de sub solo.
A água entra no sistema nas partes superiores da geleira, onde a neve se acumula e é transformada em gelo. O gelo então flui para fora da zona de acumulação mediante um movimento lento. Já nas terminações da geleira, o gelo deixa o sistema pelo derretimento e evaporação.
Existem dois tipos principais de geleiras:
a) Geleiras de vale
b) Geleiras continentais.
a) Geleira de vale ou alpina - ocorre na maioria das cadeias de montanhas e é relativamente passível de observações diretas. Elas podem ser entendidas como longos rios de gelo que se originam das partes superiores das montanhas e flui para baixo pôr vales preexistentes. As dimensões são variáveis. Em muitas formas podem ser parecidas com um rio. A ága entra no sistema pelas partes superiores (nascentes das geleiras) situadas a grandes altitudes. Estas geleiras também possuem um sistema de tributários que alimentam um tronco principal. A direção do fluxo é controlada pelo vale que a geleira ocupa, e conforme o gelo se move, ele erode e modifica a topografia local.
Existem duas partes principais desse sistema: i) zona de acumulação (onde o gelo entra no sistema);II.) zona de abrasão (onde o gelo deixa o sistema pôr evaporação ou fusão).
Na zona de acumulação a neve é transformada em gelo glacial pôr um processo semelhante ao que ocorre para a formação de rochas metamórficas. Os cristais de neve recém precipitados constituem delicados cristais hexagonais onde cerca de 90% do total de volume é ocupado pôr espaço vazio. Conforme a neve se acumula, o gelo nos vértices dos flocos de neve se derretem devido a pressão exercida pelo peso da neve sobreposta e migra para o centro do cristal, dando origem a um grânulo sub-elíptico de gelo recristalizado (firn ou névé). Com o acúmulo de neve contínuo os grânulos de firn são comprimidos ainda mais. A água de fusão, resultante da flutuação diária da temperatura e pressão da coluna de neve, migra para os poros existentes entre os grânulos. Quando esta água congela, é adicionada ao processo de recristalização. O ar que pôr ventura ainda existir nos poros é então expulso.
Quando o gelo alcança uma espessura de 30 a 40 metros ele não consegue mais suportar seu peso e então ocorre o fluxo plástico. Assim, o gelo das partes superiores da geleira possuem um comportamento rígido e a tendência é o fraturamento, todavia o gelo geleira abaixo se comporta de forma plástica e se movimenta em um fluxo contínuo.
É chamada de snow-line (ou linha de névé) é o limite entre a zona de acumulação e a zona de abrasão. Acima dessa linha, a superfície da geleira é suave e branca devido a predominância do acúmulo sobre o gelo. As irregularidades são rapidamente preenchidas pela neve.
Abaixo da snow-line, o degelo e a evaporação predominam. A superfície é enrugada ocorrendo fendas e ondulações (crevasses).
Se mais gelo é incorporado ao sistema, superando e muito a taxa de degelo e evaporação, a massa de gelo aumenta e o sistema glacial expande. Se a acumulação é menor do que a ablação, haverá uma diminuição da massa e o tamanho do sistema glacial diminui. Se a acumulação e a ablação encontram-se em equilíbrio, o tamanho da geleira permanece constante e a terminação da geleira é estacionária.
Todavia, o gelo dentro da geleira continuamente flui para a terminação da geleira, não importando se a terminação está avançando, recuando ou estacionária.
O comportamento de um sistema glacial é determinado pelo balanço entre a taxa de entrada e a taxa de saída do gelo. As duas variáveis principais neste balanço são a temperatura e a precipitação.
Uma geleira pode crescer ou encolher mantendo a taxa de precipitação constante mas variando amplamente a temperatura. A espessura da geleira não representa s quantidade de gelo que move através do sistema. O movimento do gelo vai sempre do topo das montanhas para as partes mais baixas.
Geleiras continentais - Em termos de efeitos na topografia e no sistema hidrológico da Terra, as geleiras continentais são as mais importantes. Os elementos básicos de uma geleira continental são os mesmos que os de uma geleira de vale. Existe uma zona de acumulação geralmente situada na porção central da geleira onde o gelo se forma a partir de cristais de neve. O gelo também flui a partir da zona de acumulação para uma zona de ablação, onde deixa o sistema pôr evaporação e fusão. As geleiras continentais possuem forma circular ou elíptica, raramente com espessuras superiores a 3000 metros (o gelo não suporta o seu próprio peso acima de 3000 metros; se mais gelo for adicionado ao sistema, a geleira simplesmente flui com maior velocidade).
O peso dessa massa de gelo causa uma subsidência da crosta terrestre. A subsidência cria depressões ao redor da margem da geleira as quais serão preenchidas pôr água de degelo originado um grande número de lagos. Se a geleira se situar próximo a costa, poderá ocorrer a ingressão de um braço de mar. As drenagens preexistentes são completamente modificadas.
Erosão, transporte e deposição por geleira
- Erosão
A erosão pelas geleiras se dá pôr duas formas principais: II.) abrasão e i) arrastamento glacial
Conforme uma geleira vai fluindo sobre a Terra, ela erode transporta e deposita uma grande quantidade de material, modificando consideravelmente a topografia pré-existente. As geleiras erodem pôr abrasão e pelo arrasto glacial (glacial plucking). O material erodido é carregado em suspensão no gelo e é depositado perto das margens da geleira, quando degelo predomina.
i) glacial plucking - é o transporte e remoção de fragmentos de rocha pôr uma geleira. É uma das formas mais eficazes de erosão praticado pelas geleiras. Abaixo da geleira, a água de degelo se infiltra em juntas e fraturas. Quando a água se congela novamente e seu volume aumenta em cerca de 9%, blocos de rochas são desprendidos. Esses blocos são então transportados pela geleira.
II.) abrasão - quando os blocos angulares retirados do substrato e carregados pelo o gelo em movimento eles vão agir como ferramentas que vão arranhar e desgastar as rochas logo abaixo da geleira. O atrito entre os próprios fragmentos líticos incorporados na geleira e entre os blocos e o substrato faz com que os blocos também sejam erodidos sofrendo modificação geométricas e volumétricas. Este processo gera estrias de atrito.
- Transporte glacial
Da mesma forma que em rios, os sedimentos transportados pôr uma geleira são chamados coletivamente de carga. Todavia, as semelhança acabam aqui. A forma com que a geleira transporta sua carga é muito diferente da forma que são transportados os sedimentos dos rios. A carga em uma geleira é transportada em suspensão, e grandes blocos são transportados lado a lado com grãos pequenos, sem ocorrer a separação de material de acordo com o tamanho, como ocorre nos rios. O resultado, os depósitos glaciais não apresentam estratificações e nem seleção de materiais. A carga de uma geleira se concentra próximo ao contato entre o gelo e a rocha. A maioria das partículas carregadas pôr uma geleira não apresentam sinais de intemperismo, possuindo superfícies angulares e estriadas.
- Deposição
Muitas das partículas transportadas pôr uma geleira são depositadas perto da terminação da geleira, onde o degelo predomina. Ai, o gelo torna-se estagnado. As forças ativas na geleira fazem com que o gelo recém chegado à terminação seja jogado para cima do gelo novo. A carga de sedimento acompanha o gelo sendo concentrada na superfície da geleira. Quando o degelo é completado o material é depositado marcando a margem da geleira.
Alguns dos sedimentos depositados pela geleira são retabalhados pelas águas de degelo. Os sedimentos depositados diretamente pela geleira em lagos (ou indiretamente) e em rios, recebem o nome de glacial drift (amontoado glacial). Alguns drifts podem apresentar certa estratificação.
Formas topográficas desenvolvidas pôr geleiras de vale
Erosão e deposição pôr geleiras de vale produzem muitas formas topográficas. As mais importantes são: i) vales em “u”; II.) circos glaciais; iii) vales suspensos; iv) horns; v) morainas (morenas); vi) planices lavadas (depósitos de planície)
O intemperismo causado pelo gelo é o processo principal em regiões glaciais. As geleiras efetivamente dão forma às montanhas, vales etc. Uma geleira de vale comumente enche mais da metade do vale que ocupa, e conforme se dá o movimento, ele vai modificando o vale que tinha um formato em “v” para um vale em “u”, característicos dessas regiões. Nas nascentes das geleiras se desenvolve os chamados circos glaciais. Ainda nestas mesmas regiões, dois ou mais circos próximos ao topo da montanha originam uma forma topográfica piramidal chamada de horn (chifre).
Notar que tributários entram na geleira principal. A parte superior das geleiras encontram-se no mesmo nível. Todavia, como a geleira principal é mais espessa e carrega mais sedimento, ele vai erodir mais, gerando vales mais profundos do que os vales dos tributários. Quando a geleira deixa a área, os fundos dos vales dos tributários serão mais elevados do que o fundo do vale da geleira principal. A esta feição chama-se de vale suspenso.
Parte da carga da geleira consiste de fragmentos de rochas provenientes de afloramentos acima da geleira. Esses fragmentos vão se acumular nas margens da geleira. A ação congelante é especialmente ativa em clima frio onde temos as geleiras de vale e vai produzir uma grande quantidade de fragmentos líticos ângulos. Esse material é transportado na superfície da geleira, formando as chamadas moraines laterais (o acúmulo nas margens se dá devido a velocidade irregular). Quando um tributário glacial entra no vale principal, a moraina lateral do tributário se une com a moraina lateral da geleira principal formando um moraina central. O transporte do material próximo a base da geleira faz com que ela atue como uma grande lixa que leva o sedimento da superfícies do substrato da geleira. Na terminação (parte frontal da geleira) o gelo deixa o sistema pôr evaporação e fusão sendo a carga depositada na chamada moraina frontal ou terminal. Morainas frontais comumente bloqueiam os vales fazendo com que
Formas topográficas desenvolvidas pôr geleiras continentais
As geleiras continentais modificam amplamente a topografia da área que elas cobrem. O fluxo de gelo remove o solo e erode vários metros da Terra. O material é transportado a longas distâncias e depositados perto das margens do gelo, produzindo topografias relacionadas com depósitos tais como morainas drunlis, eskers, ketles, lagos sedimentares e planícies de aluvião. A drenagem previamente existente é completamente obliterada ou destruída, ocorrendo a formação de numerosos lagos depois que o gelo derrete.
Feições desenvolvidas pôr uma geleira continental não são tão espetaculares quanto àquelas desenvolvidas pôr uma geleira de vale. Todavia, sob o ponto de vista regional, uma geleira continental modifica toda a topografia produzindo muitas e importantes feições superficiais.
Estudando as terminações de uma geleira continental, vemos que o detrito transportado se acumula nas margens do gelo como uma moraina central. Abaixo do gelo existe uma camada variável de till chamada de moraina de fundo. Este material, juntamente com o sedimento da planícies aluvionar, podem ser retabalhados pelos subsequentes avanços do gelo produzindo elevações chamadas de drunlis.
A água de degelo pode formar túneis dentro da geleira e carregar razoável quantidade de material o qual é depositado em elevações com forma longa e sinuosa chamadas de eskers.
A água de degelo pode ainda formar canais na planície aluvionar onde irão ocorrer depósitos típicos. Lagos temporários podem se desenvolver onde existir condições necessárias para o aprisionamento da água de degelo. Ocorrem então feições de deltas e outras feições de shore line. Depósitos no fundo desses lagos são tipicamente estratificados ocorrendo camadas escuras intercaladas com camadas claras, chamadas de varve. Estes depósitos podem representar diferentes estações climáticas ou épocas mais quentes e mais frias.
Blocos de gelo provenientes da geleira podem ser preservados na planície ou na moraina, originando pelo degelo, depressões chamadas de kettle.
Glaciações pretéritas
Glaciação pleistocênica - Um dos eventos geológicos mais importantes na história da Terra. Os principais efeitos dessa idade de gelo foram: erosão e deposição glacial em amplas áreas continentais; ajuste isostático da crosta terrestre; mudanças no nível do mar; modificações no sistema de drenagem; criação de numerosos lagos; inundações catastróficas em Washington, stress na maioria das formas de vida. Flutuações climáticas tiveram um impacto catastrófico em muitas formas de vida e numerosas espécies foram extintas.
Essa glaciação atingiu principalmente o hemisfério norte cobrindo grande áreas do Canadá, USA, Europa e Escandinávia sendo conhecidos ainda registros de geleiras na Ásia.
Glaciações pré-plesitocênicas - Paleozóico 200 -300 mA. (glaciação permo-carbonífera). Atingiu principalmente o hemisfério sul (América do Sul, Índia, África do Sul, Austrália e Antártica.
Glaciação pré-cambriana - São conhecidos depósitos glaciais pré-cembrianos, todavia não se sabe a amplitude dessa glaciação.
Causas da Glaciação
Nenhuma teoria, até o momento, exeplica de forma satisfatória as glaciações. A causa da glaciação deve estar relacionada cpm fatores diversos e simultâneos tais como ciclos astronômicos, placas tectônicas e correntes osceânicas.
Os efeitos de uma glaciação são bem conhecidos. Todavia, suas causas não. Para entendermos melhor, temos de term em mente os seguintes fatos:
-durante a última glaciação, o avanço das geleiras foram separados por períodos interglaciais (mais quantes);
- a glaciação é um evento incomum na história da Terra, existindo registros pleitocênicos, paleozóicos e pré-cambrianos de glaciações;
- através da história da Terra, o clima tem sido mais moderado e uniforme do que é agora. Um período de glaciação requer um abaixamento na temperatura em 5°C e, muito provavelmente, um aumento da precipitação;
- geleiras continentais se desenvolvem em elevações ou em regiões polares onde existe ar frio. As geleiras podem existir em latitudes mais baixas mas elas são originadas em grandes altitudes (montanhas);
- a precipitação é crítica para o desenvolvimento de geleiras. Em muitos lugares a temperatura é baixa o suficiente para a produção de geleira mas a precipitação de neve não é sufuciente para o desenvolvimento de sistemas glaciais.
Milanonkovitc, geofísico ioguslavo, calculou mudanças cíclicas na orbita da Terra ao redor do Sol, se aproximando e se afastando do mesmo. Esses ciclos ocorreriam de mais ou menos 100000 anos. Concomitantemente, a inclina;cão do eixo da Terra varia periodicamente entre 22° e 24°. É lógico que essa variação na inclinação provoca variações climáticas. Essas mudanças ocorrem a cada 41000 anos. Para completar, a Terra ainda oscila sobre seu eixo, sendo esta oscilação completada a cada 21000 anos. De acordo com o autor citado acima, a cada 41000 anos, a Terra estaria em um período mais propício para uma idade de gelo.
Essas idéias foram trabalhadas nos anos 20 e 30, mas somente nos anos 70 que elas foram testadas. Em estudos realizados sobre a glaciação pleitocênica mostrou-se que essa teoria é bastante plausível. Entretanto existem alguns problemas: as glaciações da Terra não são periódicas. Assim alguns outros fatores devem estar envolvidos.
Uma explicação mais plausível para que ocorra as condições para a formação de uma geleira está relacioonada com a posição relativa dos continentes em relação aos polos e a circulação dos oceânos e da atmosfera.
Um comentário:
Finalmente, ainda que tardiamente, podemos contar com uma explicação plausível sobre os mecanismos e ocorrencias que introduzem o planeta em uma era glacial, encontre toda a explicação em: http://desestabilizacaogeologica.blogspot.com/
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